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No passado mês de Setembro, fez precisamente 6 anos que o meu avô e eu tivemos uma aventura insólita, parecia uma cena retirada de um filme de Louis de Funès.
Tudo começou em Setembro, estava eu de férias, tinha concluído a minha licenciatura, perdão, tinha terminado o 12º ano e enquanto estava a aguardar por alguma proposta de trabalho, o meu avô convidou-me para ir com ele à Salgueirinha vindimar. Aceitei logo o convite, até porque estava em casa sem fazer nada, pelo menos seria agradável fazer algo de útil.
Na parte da manhã não se passou nada de especial, apanhámos a uva para o meu avô poder fazer aquele vinho tão especial, de que ele tanto gosta e alguns amigos dele também, até houve uma vez que um senhor amigo do meu avô, gostou tanto do vinho, bebeu tanto que até se mijou nas calças.
Da parte da tarde fomos ao lagar do vinho, que ficava no alto ao lado da casa do Zé Correia, deixar as uvas para mais tarde serem esmagadas. Quando vínhamos a descer, ouvimos alguém a pedir socorro, numa bela e calma tarde de Setembro na Salgueirinha, esta era sem dúvida uma situação anormal. Fomos ver o que se estava a passar, subimos um pouco e seguimos na direcção do pedido de ajuda. Chegámos à porta da casa do Zé Correia e vimos a mulher dele cá fora, muito aflita. Algumas pessoas do campo têm a sua casa e no quintal, costumam ter uma barraquinha (não sei se será o termo correcto) onde costumam fazer a comida. A barraca tinha começado a arder por causa do calor, penso que tinham alguma lenha lá dentro e foi isso que causou o incêndio.
Assim que vimos a barraca a começar a arder, procuramos logo maneira de extinguir o fogo, só que havia um grande problema, estava uma botija de gás dentro da barraca. Tentei aproximar-me da botija para tirá-la, mas não consegui, o calor era insuportável. Olho em redor e por sorte, ao lado da barraca estava um enorme tanque cheio de água, era só preciso arranjar maneira de tirar a água do tanque para cima do fogo. Vejo no chão um balde, pego nele e encho-o de água, quando vou atirar a água para o fogo, nada, não saiu água nenhuma do balde, olho para o fundo e o balde tinha vários furos, a água tinha caído toda no chão, naquele momento nem tive tempo de pensar em mais nada, a minha preocupação era a botija de gás, se o fogo chegasse à botija, a qualquer momento podíamos ir todos pelo ar, estava mesmo cheio de medo. Nesse mesmo instante, olho para o lado e vejo o meu avô com uma mangueira, fiquei descansado, pensei: «Epá, o avô é mesmo desenrascado, foi logo encontrar uma mangueira, é mesmo isso que estamos a precisar.» Quando o meu avô aponta a mangueira para o fogo, não sai água nenhuma, a mangueira era curta demais e tinha saltado da torneira. Isto não podia estar a acontecer-nos, tudo corria mal. No meio de toda aquela confusão, lá encontrámos uns alguidares e atirámos com tanta água para cima do fogo que o tanque ficou a meio, fiquei todo encharcado mas conseguimos apagar o incêndio, foi pena a barraca ter ficado sem tecto, do mal o menos, o Zé Correia lá deve ter construído outra.
Calhou a estarmos no sítio certo na hora certa, no final até nos rimos todos do que tinha acontecido, mas na altura apanhámos um enorme susto. Foi preciso ter azar, um balde furado que servia para regar as plantas e uma mangueira bastante curta, mas lá nos conseguimos desenrascar.
Infelizmente o Zé Correia e a sua esposa já faleceram, dizem que ele era um grande contador de histórias. Este texto é dedicado à sua memória.
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