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Quando tinha os meus 15 anos, por esta altura do Natal, entrei no meu prédio e encontrei o vizinho do 2º andar nas escadas, como era costume cumprimentei-o e já estava à espera que ele não dissesse nada, ou então, respondesse para dentro, como costumava fazer. A resposta dele foi uma surpresa, desejou-me um excelente Natal para mim e para a minha família e foi super simpático, fiquei quase sem saber o que dizer, não estava mesmo nada à espera, este vizinho carrancudo durante o ano mal me falava e agora estava bastante simpático. Só mais tarde é que percebi que ele estava assim por causa do Espírito Natalício, algumas pessoas na altura do Natal tornam-se mais simpáticas, solidárias, até participam em algumas iniciativas de beneficência, tudo por causa do Espírito Natalício. Quando passa o Natal, estas pessoas voltam ao mesmo.
Segundo me contaram, o Espírito Natalício é algo que anda no ar durante o mês de Dezembro, não se vê, só é possível senti-lo. Eu cá não acredito nada nessas tretas.
A passada Segunda-Feira poderia ter sido mais um dia monótono e chato, quer dizer, até foi, mas teve algo de insólito.
Foi no passado Domingo, num ambiente intimista, calmo e informal, que assisti ao concerto de Ray Wilson, vocalista dos Genesis entre 1996 e 1998.
Fiquei a conhecer o Ray Wilson por intermédio do meu irmão, ele sempre foi um grande fã de Genesis, em 1997 apareceu em casa com o novo cd dos Genesis, Calling All Stations. Depois de Phill Collins (ou como um rapaz que eu conhecia dizia: "Far Corins") sair dos Genesis, os restantes músicos, Tony Banks e Mike Rutherford, decidem fazer castings para a escolha do novo vocalista. Entre os candidatos estava o ex-vocalista de Marillion, para quem conhece Marillion (não é o meu caso), a voz do vocalista Alan Barton é parecidíssima com a de Peter Gabriel e os Marillion sempre afirmaram que eram grandes fãs dos Genesis, daí a sua música ser bastante semelhante à dos Genesis.
Os dois elementos da formação inicial dos Genesis decidem contratar o "desconhecido" Ray Wilson, que havia pertencido à banda escocesa Stiltskin.
O álbum Calling All Stations vendeu bastante bem na Europa, mas não nos Estados Unidos, os Genesis até tinham preparado uma digressão pelos Estados Unidos mas foi cancelada devido à fraca venda de bilhetes para os concertos. Em 1998 os Genesis decidem fazer uma pausa e "convidam" Ray Wilson a sair. Mais tarde Ray Wilson veio a afirmar que ninguém dos Genesis lhe disse nada, decidiram fazer uma pausa e nem lhe disseram se tinha saído da banda ou não, ele passou um período bastante complicado da sua vida após a saída dos Genesis.
Por sorte, estava a navegar na internet no site da ticketline para ver quais os concertos que iriam haver em Portugal, nunca costumo fazer isso, acabei por encontrar o concerto do Ray Wilson - Genesis Unplugged, liguei logo ao meu irmão e num instante comprámos os bilhetes com medo que esgotassem.
Antes de entrar para o concerto estava um bocado reticente, não sabia se realmente o concerto valeria a pena, por outro lado, seria sempre bom ver um espectáculo diferente.
É-me complicado descrever o concerto, foi uma experiência única, ainda tenho bem guardado na memória o excelente concerto que o Ray Wilson deu, é sempre bom descobrir novas formas de fazer música e ouvir outros estilos, fiquei tantas vezes arrepiado, foi óptimo. O Ray tocou músicas dos Genesis, Peter Gabriel, Phill Collins e algumas dele, foi um conceito diferente de espectáculo, ele antes de tocar contava algumas histórias do tempo em que esteve nos Genesis, falava com o público ou explicava algo acerca da música, sempre bem disposto e com um enorme sentido de humor. Infelizmente o tempo passou rapidamente, penso que o concerto deve ter durado 1h 30m. No final do concerto, ele disse que ia só lá dentro ao camarim e já vinha ter connosco para beber uma cerveja, o meu irmão bem queria ficar mas eu olhei para as horas e já era quase uma da manhã, no outro dia eu tinha que ir trabalhar, com muita pena nossa não podemos ficar para conversar ele.
Não deveriam estar muito mais de 50 pessoas no Maxime, só mesmo aquelas pessoas que são fãs de Genesis é que devem ter ido ao concerto. O Maxime tem mesmo estilo de casa de "chantras", mas gostei bastante, é pequeno e bem decorado. Nota-se que ele ficou um bocado abalado com a saída dos Genesis e da forma como foi tratado, atingiu a fama rapidamente e num instante perdeu-a, um músico desta categoria merecia muito mais, tem uma voz única.
Valeu bem pena ter assistido a este concerto.
Para quem estiver interessado, podem ver os vídeos de Ray Wilson, o primeiro num concerto dos Genesis, a cantar a música mais conhecida de Calling All Stations, Congo e no segundo, num concerto de tributo aos Genesis, com banda, a cantar That's All. Não é que haja muita gente interessada em ler estes artigos ou ver estes filmes que coloco, de qualquer forma, é sempre bom escrever/falar sobre outros assuntos para além de futebol ou coscuvilhices ou coisas triviais, pena por vezes não poder falar sobre algum filme, sobre um livro, ou sobre o cd de música que andam a ouvir com algumas pessoas.
Pela primeira vez os Franz Ferdinand estrearam-se em Portugal com um concerto em nome próprio, anteriormente já haviam tocado em alguns festivais (Sudoeste, Paredes de Coura e Super Bock Super Rock).
O pessoal começou a entrar cedo para o recinto, de modo a tentarem ficar o mais perto possível do palco, reparei que havia bastantes miúdos a assistirem ao concerto, eu com idade deles, o único concerto que conseguia ver era os o dos Filhos da Terra e mesmo assim tinha que mentir aos meus pais para poder chegar a casa um bocado mais tarde que a meia-noite.
Às 21:00 subiram ao palco os portugueses The Doups, segundo consta, são uma grande promessa do pop/rock português. Não achei mesmo nada de especial, as músicas não são más, mas os refrões são fraquíssimos.
Após a actuação dos portugueses, foi a vez dos norte-americanos The Phenomenal Handclap Band (com um estilo funk/disco), que irão acompanhar os Franz Ferdinand até ao final do ano. Esta banda composta por sete elementos foi uma bela surpresa, gostei imenso da forma como eles se apresentaram em palco, todos os elementos dançavam (à excepção do baterista e do baixista) e tocaram com um grande à vontade. Um dos guitarristas, Bing Ji Ling, logo na primeira música partiu uma corda da guitarra, mas nem por isso deixou de tocar ou trocou de guitarra, tocou assim até ao fim. Era impossível tirar os olhos dele, estava "cheio de cenário", vestido à anos 60 e sempre a curtir as músicas.
Após a actuação dos Phenomenal Handclap Band, chegou o momento mais aguardado da noite, o público já estava ansioso, ao meu lado, uma miudinha dizia a outra: "Já está quase a chegar a hora, nem acredito que estou aqui, só acredito que é verdade quando os vir", não era caso para tanto.
Quando os quatro músicos subiram ao palco e começaram a tocar No You Girls, os lugares que haviam sido cuidadosamente guardados desde a abertura das portas, foram rapidamente trocados, isto porque o público começou a saltar e era impossível ficar no mesmo sítio, quem não saltasse corria o risco de ser pisado. É impressionante a forma como esta banda consegue contagiar o público, ninguém conseguia ficar parado. Ainda o pessoal estava surpreendido com aquele início tão explosivo, já o baterista, Paul Thomson, começava a tocar Dark Of The Matinée. Seguiram-se as músicas Can't Stop Feeling e Do You Want To, só acalmaram um pouco com Twilight Omens.
Dá mesmo prazer ver esta banda a tocar, os Franz Ferdinand não são apenas uma banda que lança bons cd's, eles fazem questão de dar bons concertos, sempre com novas ideias e com muita interacção com o público. O guitarrista, Nick McCarthy, sempre irrequieto e com os seus passos de dança, parece que está a dançar com a guitarra. Gostei do "look" do vocalista, Alex Kapranos, um bigodinho à Cantiflas fica sempre bem. Durante o concerto, o baterista, Paul Thomsom, sempre que tinha oportunidade, tirava do bolso um pente igual ao que os velhos usam e começava a pentear-se. O baixista tinha por cima do amplificador uma cerveja Super Bock, esteve o concerto todo a beber e tenho quase a certeza de que ele estava bêbado.
A meio do concerto foi tempo de surpreender o público com um espectáculo de percussão, os músicos tocaram em timbalões de uma forma sincronizada, à excepção do baixista que estava grosso.
A forma como terminaram o concerto foi genial, o público ficou sem reacção, durante a música Lucid Dreams, os elementos da banda foram saindo do palco, ficando só o baterista, depois no final regressaram para agradecer ao público.
Quanto aos aspectos menos bons, o som estava bastante alto no início, não era perceptível o que o vocalista cantava. O cheiro a suor, ainda há muita gente que não sabe o que é desodorizante.
Se alguém tinha dúvidas quanto ao talento de Franz Ferdinand, ficou provado em Lisboa que Franz Ferdinand é seguramente uma das melhores bandas da actualidade, espero que continuem a tocar juntos por muitos anos. Tal como os Duran Duran, a ideia inicial dos Franz Ferdinand era criar músicas para as miúdas dançarem, resultou na perfeição.
Todas as fotografias foram retiradas do site: http://fotos.sapo.pt
Filmes:
Franz Ferdinand - No You Girls - Primeira Música, quando chega à parte do refrão, reparem bem no público, é impossível continuar a filmar.
Franz Ferdinand - Do You Want To - Reparem bem no espectáculo que o guitarrista dá durante o solo, é impressionate, foi assim o concerto todo.
Franz Ferdinand - Take Me Out - Talvez o momento mais aguardado da noite, todo o Campo Pequeno aos saltos.
Franz Ferdinand - Drums Solo - Reparem bem no baixista (o elemento mais à direita), se não está bêbado, então ele não as mete todas. Maximizem a janela.
De modo a poder colocar os filmes no blog, tive que comprimi-los, perderam alguma (muita) qualidade, tanto na imagem como no som.
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